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Poema - Sininho

  • Foto do escritor: Alexandra Calado
    Alexandra Calado
  • 16 de out.
  • 2 min de leitura
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Caturra - Sininho

Sininho ✨

Chegaste na minha adolescência, como um raio de luz.

Iluminaste os nossos dias com a tua presença única, o teu canto doce e a tua coragem incomparável.

Foram 14 anos ao nosso lado, mas tua alma era sábia, atenta, cheia de ternura e travessura.

Tinhas personalidade, gostos bem definidos e um feito inesquecível: foste tu quem ajudou a recuperar uma caturra perdida, como se soubesses exatamente o que era perder, e o valor de reencontrar.

Hoje já não estás aqui fisicamente, mas o teu amor ficou tatuado em cada canto da casa e do coração.

Obrigada por tudo, minha pequenina guerreira. 🕊️💛


A tua memória ficará eternizada nos meus versos.


Hoje caiu neve,


Como a que cai na mudança das penas.


Hoje foi a tua última,


Amanhã cairá apenas a saudade.


É esta a triste realidade.


Ainda recentemente, sorri,


Ao reencontrar as tuas lindas e vermelhas bochechas,


Hoje revejo-as nas saudades que em mim elas deixam.


Em Setembro despedi-me,


Com um pressentimento que o fim estaria por perto,


Sem nunca saber ao certo.



Mas deixa-me falar da tua história,


Do teu nome.



Sininho,


Foste a "salvação" em 2011,


Quando tudo parecia perdido,


Ajudaste a recuperar a tua amiga Luna,


Que tinha fugido.


Sem esperança e após três dias,


Fui-te buscar.


O meu coração estava partido,


Mas nele morava uma réstia de esperança,


A tua chegada fazia sentido.


Quase sem pensar,


Coquei-te numa gaiola mais pequena,


E juntas, a tua amiga Luna fomos recuperar.



A maresia pairava no ar,


Naquela manhã de domingo,


À beira daquele majestoso pinheiro,


Fizeste ouvir o teu cantar,


Alegremente no teu poleiro,


Sem forças não ousaste ficar,


Afinal estava escrito no roteiro,


Ao fim de tantas horas,


A luna desceu daquele tronco para te cumprimentar,


Tão feliz por te ver,


Agora era duas companheiras para a vida,


Com um final feliz de arrepiar.



Recordaremos nestes versos,


Uma Sininho com poderes mágicos,


Trouxeste de volta a Luna e sem ti,


Poderia ter havido um fim trágico.


O teu pó mágico e personalidade vivaz,


Olha do que foram capaz.



Agora que já sabem um pouco da tua história...



Espero que o céu,


Tenha o talo dos teus espinafres,


E o teu pão molinho,


O teu favorito.


Espero que no céu te borrifem com água,


Quando fizer calor,


E te lembres do nosso borrifador.


Espero que quando abrires as asas,


Vejam um anjo que voou da terra para o céu.



As tuas penas voam agora por lá.


E no seu rasto deixam uma heroína,


Aquela caturra brincalhona que nunca parava de cantar,


Que adorava aparar as penas e colocá-las no bico a rodar,


Tenho a certeza...


O céu será feliz contigo.


Espero que por lá, ajudes a encontrar outros passarinhos perdidos.


Espero que por lá, encontres algures, o teu poleiro favorito.


Até um dia,


Sininho.


2011 - 2025  


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Sobre mim

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Apaixonada pelo mundo, pela vida, poesia e fotografia.

 

Autora dos livros de poesia:

Jardim da Minha Alma publicado pela PoesiaFãClube e Rota das Andorinhas.

 

© 2023 por Alexandra Calado. 

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