Poema - Os Sonhos do Guadiana
- Alexandra Calado

- há 4 dias
- 1 min de leitura

Este poema é inspirado na Roadtrip de 21 dias que eu e o meu namorado percorremos pela Europa, dos Países Baixos até Portugal.
Não há nada mais especial do que chegar ao nosso País de origem, 2418 quilómetros depois.
Este reencontro merece um poema: Os Sonhos do Guadiana.
No dia da chegada,
O laranja pintava o cimo das montanhas,
Aqui, algures, perdidos em Espanha,
No pico, mais do que ar que fresco nos pulmões,
Morava a ânsia da chegada.
Afinal, hoje tínhamos hora marcada.
Sem aviões mas com quatro rodas,
Percorremos 2418 quilómetros,
Com um sonho ao longe.
Em forma de"s" fomos embalados pelas montanhas,
500 quilómetros separavam-nos do meu mar.
O ar no pico é rarefeito mas quão bem se consegue respirar.
Quando atravessamos o segundo S, o de Sevilha,
Sabia que Portugal estaria ao virar da esquina.
No dia da chegada,
O guadiana guardava a ponte,
Onde deságua a fonte da saudade,
E do reencontro,
O longe nunca passou de um conto.
Uma fronteira que nunca separa mas une,
A memória doce como a laranja do Algarve,
A memória que aquece o coração,
Vira tudo de avesso e coloca-nos os pés no chão,
Não é preciso sonhar quando se vive a realidade,
No dia 15 de Setembro,
Na ponte eu jurei ler felicidade,
Mas na placa dizia a palavra: Algarve.






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